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19/07/2008 - 23h59

Zimbábue cria nota de 100 bilhões para driblar inflação

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da Efe, em Harare

O governo do Zimbábue anunciou neste sábado que, a partir de segunda-feira (21), entrará em circulação a cédula de 100 bilhões de dólares zimbabuanos, criada devido à inflação galopante no país.

Em declarações publicadas hoje pelo jornal oficial "The Herald", o presidente do Banco Central do Zimbábue, Gideon Gono, informou que "a cédula especial de 100 bilhões de dólares (zimbabuanos) entrará em circulação na segunda-feira".

Segundo Gono, a nova emissão servirá para facilitar as transações, já que as cédulas estão em falta em um país onde a inflação, segundo dados oficiais, é de 2,2 milhões% ao ano, a maior do mundo.

Na quarta-feira, Gono desmentiu os números dados por alguns economistas locais, que afirmam que o aumento dos preços está em 7 milhões % ao ano.

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, anunciou nesta sexta-feira (18) um programa de luta contra a crise, que se baseará no subsídio aos produtos alimentícios essenciais por um sistema de bônus, procedimento que se mostrou sem sucesso no país, onde as mercadorias subsidiadas foram comercializadas no mercado negro.

Por causa dessas circunstâncias, os funcionários de várias empresas começaram a exigir o pagamento em moeda estrangeira, especialmente em dólares americanos, segundo disse o analista econômico independente John Robertson, que destacou que a "economia do Zimbábue se dolarizou".

Apesar da reivindicação, a disponibilidade de dólares é muito baixa, faltam alimentos e a taxa de desemprego é de 80%, segundo números do Banco Mundial, que considera a economia do Zimbábue a pior fora de zonas de guerra.

Esta semana, Mugabe reiterou suas denúncias de que o Reino Unido está tentando tomar o controle dos recursos naturais do Zimbábue, que se encontra em uma grave crise política, mediante a instalação de um Governo na oposição.

Mugabe, que renovou o mandato presidencial pela sexta vez consecutiva em eleições nas quais foi candidato único, acusa o oposicionista Movimento para a Mudança Democrática (MDC, em inglês) de conspirar com as autoridades britânicas para derrubar seu Governo.

Apesar de a comunidade internacional qualificar o resultado das eleições de ilegítimo, Mugabe, no poder desde 1980, assumiu imediatamente seu mandato e tem governado por decreto, pois ainda não convocou o Parlamento, onde a oposição é maioria.

O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, que faz a mediação para resolver a crise em que se encontra o Zimbábue, agora será apoiado, conforme decisão tomada ontem por Pretória, por representantes da ONU, da União Africana (UA) e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, em inglês).

 

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